Uma visita histórica na CGADB de 1959

A CGDB de 1959, realizada na Assembleia de Deus em São Cristóvão (RJ) foi marcada por uma visita ilustre. Os convencionais receberam o então ministro da Guerra, o Marechal Henrique Dufles Teixeira Lott. Segundo o escritor Silas Daniel em seu livro História da Convenção Geral das Assembleias de Deus (CPAD 2004), essa "visita foi considerada histórica porque foi a primeira vez que uma autoridade pública do alto escalão do estado visitava a Convenção Geral". 

Ainda segundo Daniel, a presença de Lott "teve um significado enorme para os convencionais", pois a igreja estava sofrendo perseguições por parte de líderes católicos, os quais mantinham um vínculo muito estreito com as autoridades brasileiras. No registro de seu discurso na CGADB, o marechal cita suas "origens evangélicas de sua ancestralidade" e promete que a "liberdade será por ele defendida a todo o transe e os crentes gozarão de todas as garantias que a lei prescreve na Magna Carta".

Mas Lott pode ter tido também uma outra intenção. No ano seguinte (1960), ele concorreria a presidência da república. Usando como símbolo uma espada, o oficial legalista seria derrotado por Jânio Quadros; o qual por sua vez utilizava uma vassoura como símbolo de campanha.

 Lott com lideranças das ADs

Essa visita pode ser também considerada como um indício já naquela época, de que os crentes não eram vistos apenas como uma massa de religiosos ignorantes ou fanáticos, mas também como um forte reduto eleitoral. Num regime democrático, o voto tanto de católicos como de evangélicos é alvo de grande disputa política.

Seria o Marechal Lott o precursor dos atuais candidatos presidenciais (ou para qualquer outro cargo), que nos dias de hoje lutam por conseguir a preferência dos evangélicos nas urnas?

Momento em que Lott fala aos convencionais

As fotos que ilustram essa postagem, foram gentilmente cedidas pela família do pastor Satyro Loureiro (in memórian). O livro História das Assembleias de Deus, trás algumas imagens dessa convenção, mas essas fotos são preciosidades conservadas pela família desse grande pioneiro do evangelho em terras catarinenses.

Comentários

  1. Amigão, quem diria que naqueles tempo o nosso querido votinho já eram bem vindos...
    Parabéns, gostei assunto, muito bom.

    Jorge Luiz

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  2. Grande colega de trabalho. Exelente professor de História. Um homem ungido de Deus!
    Que o Senhor continue te abençoando com as mais ricas bençaos dos céus...
    Um grande abraço e fique na paz do Senhor...

    By: Nili Barbi

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  3. Conheci o pr. Satyro Loureiro na decada de 70 quando o mesmo juntamente com o pr Montanha estiveram em Fortaleza com uma equipe de irmaos numa verdadeira cruzada evangelistica realizada na pça Gustavo Barroso..estiveram presentes ao evento alem de autorirades de outras denominaçoes, o pr. Emiliano Ferreira da Costa, presidente do Templo Central e o Ev. Ademir Siqueira, futuro fundador da Igreja Assembleia de Deus Betesda..(ambos ja dormen no senhor)

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  4. O pr. Satyro Loureiro é um referencial na evangelizaçao e pioneiriso das cruzadas evangelisticas principalmente no nordeste...quando na decada de 70 juntamente com o pastor Montanha e uma caravana de irmaos saidos da cidade de Joinville estiveram em Fortaleza e realizaram uma campanha que marcou o inincio de outros eventos com a presença de obreiros nacionais. Estiveram presentes o Pr Emiliano F. Costa - presidente do Templo Central e o Evangelista Ademir Siqueira, futuro fundador da Assembleia de Deus Betesda.

    Hermano Medeiros Cesar - cooperador

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  5. Meu querido irmão, agradeço sua visita e seus comentários. realmente pastor Satyro foi um grande evangelista e, juntamente com pastor Montanha realizou várias cruzadas pelo Brasil afora. Em breve estarei aqui nesse blog colocando algumas fotos dessas cruzadas, com algumas observações.

    Deus abençoe!

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  6. Alguém sabe o endereço do templo da AD de São Cristovão da convenção de 1959?

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  7. O meu Pr. José Tito de Paula, ainda presidindo a AD em Piabetá com os seus 96, conta as histórias qie viveu com Paulo Leivas, com Margarida, e de quanto Deu se manifestava nessa época.
    Att. Michel P

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