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Mostrando postagens de janeiro, 2012

Um legítimo pastor do século XXI

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Quais seriam as características de um legítimo pastor do século XXI? Caso o leitor não saiba, a revista ISTOÉ traçou um perfil dessa classe eclesiástica através do pastor Samuel Ferreira, líder da Assembleia de Deus - Ministério Madureira no bairro do Brás em São Paulo. A matéria, apresenta Samuel Ferreira como um pastor ultramoderno. Essa modernidade é apresentada em linhas gerais na forma como Ferreira conduz o rebanho; sobre o qual não faz nenhuma exigência de "usos e costumes", passa por sua elegância em usar vestimentas de marcas conceituadas (Hugo Boss), e seu intenso uso de mídia eletrônica e redes sociais. Em suma: é um sujeito antenado, carismático, na moda e bem resolvido. Um modelo de pastor da Assembleia de Deus atual. É lógico que Ferreira não é unanimidade. Sua atitude de liberar os membros de qualquer restrição de "usos e costumes" e flexibilizar a liturgia é tido por muitos líderes como uma abominação. Para José Wellington Bezerra da Costa, pr

A Assembleia de Deus em Porto Alegre: sucessões tumultuadas (parte 2)

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O missionário norueguês Nils Taranger assumiu a AD gaúcha no ano de 1955 em substituição ao missionário sueco Gustavo Nordlund, depois que uma crise político-eclesiástica levou Nordlund à renuncia do comando da denominação no estado. Taranger, já estava trabalhando no RS desde o ano de 1946, mas sempre em cidades do interior, quando em meio a uma enorme turbulência, assumiu a igreja. Nils Taranger e família: crise sucessória e vontade negada Nesse contexto de crise, pacificou os ânimos dos revoltosos, e criou a Convenção Estadual, dando autonomia a 15 campos eclesiásticos, todos porém subordinados à igreja de Porto Alegre. Na sua longa gestão à frente da igreja, autorizou a emancipação de outros campos, investiu em mídia (programas de rádio e revistas) e em obras assistenciais. Porém, depois de 43 anos à frente da igreja, em 1998 Taranger sofre uma isquemia cerebral, a qual o leva ao afastamento do pastorado. Nas versões oficiais é comunicado que Nils Taranger "entrego

A Assembleia de Deus em Porto Alegre: sucessões tumultuadas (parte 1)

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É de conhecimento da maioria dos estudiosos, que a história das Assembleias de Deus é escrita com o objetivo de edificação dos fieis. Assim, para os desavisados ou mais ingênuos, tudo nela (a história) surge pintado em tons róseos, heroicos e celestiais. Só se percebem conflitos, divisões e paixões humanas nas entrelinhas da escrita, naquilo que inevitavelmente vem à tona em forma de contradição de informações, ou em trabalhos de pesquisadores sem vínculos formais com a denominação. Nos últimos anos, tem se multiplicado o número de trabalhos acadêmicos, que visam contextualizar a história da AD. Fruto de pesquisas e discussões historiográficas, esses trabalhos possuem o mérito de preencher lacunas históricas e humanizar o processo de expansão e crescimento da igreja no Brasil. Alguns trabalhos, trazem informações interessantes, que lançam luz sobre eventos esquecidos da memória assembleiana. Nordlund: excesso de centralização? Um desses trabalhos é do sociólogo Deivis Vâ

Virgil Smith e o silêncio da história

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Dentro da história das Assembleias de Deus no Brasil se destacam alguns missionários norte-americanos. E cada um deles é lembrado pela historiografia da denominação com características e virtudes bem definidas. Por exemplo: Lawrence Olson é o ensinador e teólogo; Orlando Boyer é o escritor pentecostal; Bernhard Johnson Jr. é o pregador, o evangelista de grandes cruzadas; J. P. Kolenda (era de nascimento alemão, mas foi enviado pela igreja dos EUA) o desbravador, um dos construtores da CPAD, defensor do ensino teológico. E o missionário Virgil Smith? Como ele é apresentado pelos historiadores da AD? Na verdade, Smith é um caso controverso dentro da história assembleiana. Caso tivesse permanecido na AD, com certeza hoje seria lembrado como um dos grandes pioneiros, um homem à frente do seu tempo (como no caso Kolenda). Mas por ter desembarcado da AD nos anos 50 e migrado para outras formas de pentecostalismo que estavam implantando as mais novas formas de evangelismo no país; Virgil

Virgil Smith - uma vida pentecostal

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A história de sua vida poderia virar um filme tamanho as reviravoltas e aventuras. Pode-se dizer com certeza que Virgil Frank Smith (1902-2000), nos seus quase cem anos de existência "surfou" nas "ondas" do pentecostalismo brasileiro. Sua vida e ministério acompanhou as transformações do pentecostalismo tupiniquim. Nascido nos EUA, Smith era filho de um pregador e teve uma sólida formação teológica. No ano de 1927, é enviado ao Brasil pela Igreja de Cristo. Na cidade de Garanhuns no Agreste pernambucano, Virgil estudou o português por três meses, frequentando a Igreja Presbiteriana da cidade juntamente com seu conterrâneo Orlando Boyer, também pertencente à Igreja de Cristo. De toda a sua extensa biografia, além de constar seu pioneirismo na pregação do evangelho pelos Estados de Pernambuco, Alagoas e Ceará; Virgil é conhecido por ter sido feito refém do temido cangaceiro Lampião. Desse encontro, além de evangelizar o famoso cangaceiro, ouviu as seguintes p