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Mostrando postagens de março, 2013

A Assembleia de Deus e o Regime Militar

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A postura dos evangélicos durante o Regime Militar (1964-1985) é controversa e polêmica. Mas é certo que a maioria das denominações apoiaram o regime de exceção que se instalou no Brasil durante pouco mais de 20 anos. Poucas vozes entre os protestantes se levantaram contra o regime. O sociólogo Paul Freston, afirma em seu livro Evangélicos na Política Brasileira , que somente a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) lançou durante o período da ditadura um documento chamado de "Manisfesto de Curitiba", criticando o governo dos militares e suas práticas de repressão. O que prevaleceu mesmo foi o apoio, inclusive com participação de ministros evangélicos nas denúncias de membros ou seminaristas considerados "subversivos". A cooptação política entre os protestantes também se deu através de nomeações de líderes leigos para cargos de importância (governadores, secretarias etc) e o aliciamento para os cursos da Escola Superior de Guerra (ESG). Pr

Iconografia: quadro os dois caminhos

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Os mais velhos devem lembrar. Mas o quadro abaixo, assim como os discos do cantor evangélico Oséias de Paula e a caixinha de promessas era presença quase que obrigatória nos lares crentes. Tão logo se chegava na casa de um irmão, o sujeito já se deparava com essa mensagem visual, que reforçava o ethos assembleiano. Sobre esse símbolo da iconografia assembeliana assim nos diz Gedeon Alencar: Um quadro muito antigo, denominado de 'Dois Caminhos', talvez a única representação artística da época, e mesmo assim, rejeitada por muitas igrejas, é o bom exemplo da adequação cultural do neopentecostalismo. No caminho largo - o caminho da perdição -, está o cinema, o teatro, o cassino, as festas, pessoas (muitas) bem vestidas com chapéus, luvas, casacos, cartolas, guarda-chuvas, etc. Muitos enfeites. No jargão evangélico: muita vaidade. Muito espaço. Repetindo, o caminho é largo. Uma grande porta de entrada com uma faixa de Bem-Vindo. No prédio do teatro tem uma frase: 'Profana

AD Ministério do Belenzinho: proibição da TV

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O Mensageiro da Paz , órgão oficial das Assembleias de Deus no Brasil, sem dúvida alguma (como em outros temas) refletiu em suas páginas à problemática relação da igreja com a TV. Como as Assembleias de Deus são muito heterogêneas, os pontos de vista variavam. A postura geralmente era de conservadorismo, porém em determinados momentos, o assunto televisão  - conforme ela se popularizava - recebia nas páginas do MP tratamento diverso, refletindo as diferentes opiniões sobre o aparelho. Mas, alguns momentos são emblemáticos, até para se compreender as posturas conservadoras de cada ministério. Talvez, uma das posições mais fortes contra à TV procedeu do Ministério do Belenzinho (SP).  TV: em 1962 era o mal sorrateiro entrando na igreja Em setembro de 1962, na Escola Bíblica e Convenção Regional do Ministério do Belém, os obreiros deliberaram - sob à presidência do veterano pastor Cícero Canuto de Lima - sobre o uso da televisão. Publicado no MP (2ª quinzena de agosto, p.6