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Mostrando postagens de agosto, 2014

Uma benção polêmica

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Em junho de 1971, os leitores do jornal a Folha de São Paulo se depararam com um acontecimento no mínimo curioso. O paraense e funcionário civil aposentado do Ministério da Marinha, João Vieira de Melo, 64 anos, 40 de casado, 10 filhos e 32 netos, se tornou um dos mais novos milionários do Brasil ao acertar os 13 pontos da Loteria Esportiva. Como toda pessoa contemplada com um prêmio dessa magnitude (CR$ 1.031.439), João fez seus planos. Primeiro pagaria um empréstimo de 7 mil cruzeiros feito na Caixa Econômica Federal para reforma de sua casa. Depois compraria um carro, e ainda faria um mimo para os filhos: uma casa de presente para cada um deles. Loteria esportiva: era pecado Mas, uma das metas do novo milionário é que gerou polêmica. Queria ele construir um novo templo para a Assembleia de Deus na cidade "para manifestar seu reconhecimento à generosidade de Deus", o qual segundo ele em entrevista à  Folha "me inspirou na hora de preencher o volante da Lo

Simon Lundgren - trabalho e simplicidade até o fim da vida

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Celebrados pela historiografia oficial, os míticos missionários suecos são constantemente citados como os grandes heróis das Assembleias de Deus no Brasil. Mas conhecer seus últimos anos de vida ainda serve como lição para as atuais tendências de alguns líderes das ADs no Brasil. Nesse blog já tratamos do caso de Daniel Berg, o qual no fim do seu ministério ficou praticamente abandonado e, segundo consta, passando privações materiais. Outro exemplo de esquecimento foi do missionário Charles Leonard Simon Lundgren. Sua biografia, seus feitos e pioneirismo são facilmente encontrados nos livros históricos da CPAD. Lundgren chegou ao Brasil no ano de 1924 para atuar ao lado de Otto Nelson na cidade de Maceió (AL). Em 1925 foi auxiliar Joel Carlson em Pernambuco, e no ano seguinte, juntamente com um grupo de 12 membros organizou a AD em Santos (SP). A folha de serviços prestados pela família Ludgren é extensa, e incluí uma importante passagem pela a AD em São Cristóvão (RJ), onde s

Agnello, o simples

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Simplicidade. Eis uma virtude muito louvada, mas pouco desejada ou praticada. Segundo os melhores dicionários, simplicidade é ser (ou algo) desprovido de complicação, ou sofisticação. Ao falecer no dia 23 de setembro de 1990, o pastor Agnello José da Costa foi descrito pelo jornal O Assembleiano como um homem simples. Para quem não sabe, Agnello foi um pastor da Assembleia de Deus em Santa Catarina. Liderou poucas e pequenas igrejas nas cidades do Estado, entre elas Mafra, São Bento do Sul e Canoinhas. Porém, como informou a extinto jornal "pastorear não era o seu forte". Percebendo essa característica, a Convenção Estadual "resolveu separá-lo exclusivamente para realizar trabalhos de ensino nas igrejas". Agnello em pé ao centro com obreiros da AD catarinense Sapateiro de profissão, Agnello tinha uma oficina na antiga rua do Norte, atual e movimentada João Colin em Joinville. Encontrou o Carpinteiro de Nazaré ainda nos anos 50 no antigo templo sede da

Emidio Grangeiro, o esquecido

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Na construção da historiografia, são vários os personagens que, por um motivo ou outro, ficam esquecidos. Uns de forma intencional. Outros talvez por descuido das novas gerações, as quais possuem a sensação de viver "numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem", como bem observou o historiador Eric Hobsbawm. Um desses personagens é a pessoa do saudoso pastor Emidio Saraiva Grangeiro. Nascido no Ceará no dia 6 de maio de 1906, na localidade de Junco de São Pedro do Cariri, município de Várzea Alegre, Grangeiro início seu ministério no seu Estado natal, primeiro como presbítero. Em 11 de setembro de 1937 foi autorizado a trabalhar como evangelista, na cidade de Fortaleza. Em 21 de julho de 1943, na mesma igreja, foi ordenado pastor. Emidio Grangeiro: morreu pobre e esquecido Ainda no Ceará, pastoreou as igrejas de Riacho Verde, Afonso Pena, Serra de Donana, no município de Iguaçu, e Itapajé, onde constr