Política, uma visão cristão - Geremias Couto

O livro Visão Cristã sobre - Política, é um ensaio de autoria do pastor Geremias Couto sobre a participação dos crentes na política. Logo em sua introdução, o autor avisa que seu objetivo não é "enaltecer a política como meio de redenção, nem fornecer um passaporte puro e simples de integridade aos políticos." Mas refletir, biblicamente, sobre um tema tão mal compreendido entre os evangélicos em geral. 

Afinal, deve o cristão atuar na política? Reconhece o escritor, que o quadro atual não é muito animador. Candidatos em tempos de eleição apresentam-se como defensores dos valores cristãos, mas tão logo eleitos, abandonam o discurso para se dedicar a "negócios escusos, visando a satisfação de seus interesses pessoais."

Com tantas decepções, a atitudes de muitos crentes é de alienação e apatia aos assuntos vinculados ao tema. Com clareza e objetividade, o jornalista aborda o conceito de política e o equívoco do ensino da suposta dicotomia entre o sagrado e o profano, o que leva muitos crentes a ver a vida pública com desprezo.

Visão Cristã sobre a política: leitura obrigatória

Em sua explanação, pastor Geremias explica que a "vida cristão é uma só, sem dicotomias, sem estar seccionada, para ser vivida em qualquer dimensão em que estivermos". Ou seja, o cristão em todas as circunstâncias da vida e profissões deve cumprir a missão de ser "sal da terra e luz do mundo" (Mateus 5.13-14). Incluindo a política.

Citando os exemplos do holandês Abraham Kuyper (1837-1920) e do inglês William Wilberforce (1759-1833), Couto descreve como um cristão pode estar presente na vida pública contribuindo para a justiça social sem abrir mão dos seus princípios ou aderindo ao fisiologismo tão em voga nos meios políticos.

Mas para que isso aconteça, é necessário a observação de alguns critérios. Primeiro: o preparo para lidar com as diversas questões políticas e sociais enfrentadas na atuação pública. Em uma sociedade heterogênea e complexa como a brasileira, a ampla visão de mundo e a capacidade para dialogar com as diferentes vertentes políticas são condições mais que necessárias para o bom êxito da atuação parlamentar.

Segundo: a finalidade da política deve ser servir ao povo e não simplesmente a interesses específicos. Em outras palavras, o político evangélico não deve ser apenas um "despachante de luxo" das igrejas ao qual está ligado. Terceiro: o púlpito ou o culto não deve servir de palanque eleitoral. O templo é local de adoração a Deus e não um espaço para comícios contrariando à legislação eleitoral.

Como ex-membro do Conselho Político da CGADB, toca também em um dos pontos nevrálgicos da questão política atual: a candidatura de pastores a cargos eletivos. "Creio firmemente que pastores não devem candidatar-se, a não ser que, conscientes da chamada de Deus para a vida pública, se licenciem do pastorado." - afirma o autor.

Para fundamentar essa ideia, cita Abraham Kuyper, que ao disputar cargos públicos na Holanda, licenciou-se do cargo de pastor da Igreja Reformada Holandesa. Aliás, a orientação de afastar-se das funções pastorais é algo previsto na resolução aprovada na Assembleia Geral Ordinária da CGDAD em Belo Horizonte (MG). Resolução solenemente ignorada por muitos obreiros, inclusive pelo pastor Paulo Freire da Costa, líder da AD em Campinas e filho do presidente da convenção.

E por fim, o escritor relaciona a espiritualidade com a cidadania e a vida social do cristão. O exercício da cidadania se dá em todas as ações do crente. Nas escolas, associação de moradores, sindicatos e empresas, o crente deve participar ativamente para promoção do evangelho e da justiça social.

Visão Cristã sobre - Política, é leitura obrigatória para líderes e membros desejosos de aprofundar o debates sobre o atual modus operandi da escolha de candidatos oficiais, e as práticas dos nossos intitulados "representantes". Fica a dica...

Fonte:

COUTO, Geremias. Visão Cristã sobre - Política. Campina Grande: Visão Cristã, 2016.

Para adquirir a obra acesse o site visaocrista.org.br/produto/visao-crista-sobre-politica-geremias-couto/

Comentários

  1. Eu creio que a Política, desde o descenso da Politeia grega na fase helenística, começou a tornar-se algo inviável, porque evidentemente tratava-se de administrar um império, uma grande extensão de terra com múltiplos povos, os bárbaros. A ordem d'alma de um grego coincidia com a ordem da Politeia, por isso mesmo que um Sócrates recusara-se a fugir de seu fim trágico, não conhecia a idéia de indivíduo surgida com o patrono da modernidade que é o Cristianismo na pessoa do Doutor da Graça (Santo Agostinho).

    A coisa piorou para as idéias políticas com o Renascimento em crápulas contemporâneos entre si como Nicolau Maquiavel com sua idéia de desvincular a Política da moral e Martinho Lutero que, ambos, com seus nacionalismos exacerbados, derrubaram a ordem descentralizada feudal e ao ajudarem a eclodir os Estados Nacionais enfraqueceram o poder da instituição de consenso e protetora do indivíduo contra a brutal razão de Estado real que era a Santa Igreja Romana. Claro, esse derradeiro fato o diabo e os canalhas devem o mérito a Lutero.

    Enfim, a Política, apesar de tais percalços históricos nada alentadores, JAMAIS, prescindirá de ser o que é que seria a de uma tarefa indicada para os devotos do bem comum que querem que a ordem social coincida com a ordem em suas almas.

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  2. Muito bom! Parabéns Mário Sérgio de Santana! Seria muito oportuno ver mais escritores cristãos escrevendo livros desse tipo. A AD precisa avançar no que tange a suas escolhas políticas, pois a maioria das nossas lideranças nas convenções, seja na CGADB ou na CONAMAD deixam a desejar.

    Outra coisa, os cristãos precisam ler mais e analisar as ideologias dos partidos políticos. Para uma visão cristã equilibrada do assunto, é necessário a compreensão de que muitas vezes os nossos "representantes" nas eleições pensam somente nos seus próprios interesses particulares e corruptos, uma coisa vista atualmente no âmbito da crise que se instaurou na nação. Enfim.. Essa é a minha opinião.

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    1. Carlos, o Brasil dispõe de partidos ao menos nominalmente bons por serem cristãos, tome nota de alguns aí: PSDC e PSC. Eis que são partidos inexpressivos, não por si mesmos, mas porque nunca caíram no gosto do eleitor brasileiro que não pensa e, por conseguinte, só vota em "pessoas" ou "quadros", como diriam os tucanos. Aí assim não dá, né? Pois um político é medido e conhecido por seus compromissos com sua facção que quer chegar ao poder, mantê-lo e expandir a dominação. Porque é evidente, é claro como o dia às 12 horas, política é essencialmente relacionamento e será sempre relacionamento em menor medida com a massa do povão que, por definição, é amorfa, dispersa e sempre dependente de uma elite, de líderes, sempre dependente de uma aristocracia e em uma das piores hipóteses mostra-se dependente de uma oligarquia que a governe.

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  3. Uma coisa é certa, a política por definição é a arte do possível, e não do ideal. O que se pode ser feito na práxis nunca coincidirá com os ditames que pairam no alto céu das puras idéias platônicas. E um camarada (Platão) que tentou essa coincidência acabou detido e vendido como escravo pelo tirano de Siracusa.

    Por tudo isso a Política é um criadouro para as doenças d'alma humana, mas é claro, a coisa não precisa chegar ao cúmulo e abismo sem fundo do inferno que vemos em sociedades governadas pelos esquerdopatas.

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  4. As disputas Direita versus Esquerda estão na pauta do cotidiano prático, porque político do Brasil atual, graças à guerra cultural contra os esquerdopatas movida pelo meu mestre Olavo de Carvalho. Mutatis mutatis, uma coisa é certa só o Cristianismo compreende a natureza humana, que a mesma seria precária, enquanto as concepções históricas de Direita e Esquerda, respectivamente, idealizam um homem realizado plenamente neste mundi, seja na sociedade sem classes marxista viabilizada pela onipotência estatal, seja que todos os problemas humanos se resolveriam enchendo-se de dinheiro as burras do homem via liberalização econômica. Nada disso! Para nós cristãos o coração do homem seria grande demais para este mundo, só o infinito, só o Espírito Santo, só Deus o preenche e sacia, só a Eucaristia é verdadeira comida e verdadeira bebida. Apenas Deus Salvador e alegria dos homens, aperfeiçoa o homem com sua graça e não o braço humano do Estado totalitário esquerdopata ou do dinheiro capitalista burguês e individualista, fragmentador egoísta da Direita somente liberal e não cristã.

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  5. Enquanto cristão que sou, eu digo e afirmo, com a graça de Deus, que a solução para o mundo eis que é o Cristianismo contra os males do Capitalismo e do Socialismo que são vertentes, para azar dos nosso dias atuais, infelizmente em que há entrelaçamentos entre Política e Economia. Segundo o Cristianismo a graça seria o favor imerecido de Deus às suas criaturas desde que as tirou do nada quando as criou, ou seja, para os cristãos tudo é graça, pois a natureza não se fez a si mesma, não teria por princípio a si mesma e a graça sustenta a natureza aperfeiçoando-a, pelo menos na concepção católica de graça. Porque eu acredito que só o homem aderindo à essa tal idéia da graça divina, ele pode ser mais realista diante da arte do possível sempre precária humana que é a essência do que seja a Política. E mesmo com a graça, por ser também antes uma outra idéia, tanto quanto a Social Democracia, o Capitalismo, o Socialismo e o próprio Cristianismo, por serem idéias, a Política mostrará sua miséria em aplicar na práxis tais ideais, pois eis que a Política é sempre o coveiro dos ideais. Mas ao menos confiando-nos na idéia, ou seja, à imagem do mundo, a meu ver, mais lúcida do que seria o mundo que seria a idéia cristã da graça, as nações saberão bem ao certo a miseravelmente exata medida humana e desconfiarão sempre da pobre Política como solução de todos os problemas humanos.

    Claro que descrevi no parágrafo, acima, uma crítica cristã à Esquerda política, mas uma crítica à Direita política, pelo menos uma crítica à Direita liberal não cristã seria que a Direita puramente liberal, ou seja, tão materialista e obcecada como os marxistas por assuntos econômicos, a crítica cristã voltar-se-ia contra a ganância e ao individualismo típico desse tipo de direitas liberais. Ou seja, parece haver uma doença infantil na Direita que é o que eu chamo de "burguesismo", ou seja, ao menos no Brasil que é um país esmagadoramente conservador, profundamente de direita, o que vemos em sociedades de direita é um mergulho total do indivíduo no cotidiano, na mesmice, não há reflexão, não há Filosofia, não há o maravilhar-se diante do comum. O comum para essas pessoas deixam-nas em um como quarto fechado sem janelas. O pessoal de direita, ou ao menos essa referida direita liberal, só pensa em enche-se de dinheiro, em viverem suas vidinhas individualistas e sem um vínculo orgânico com a sociedade em que vivem como nem Robson Crusoé ousaria, pois esse personagem de ficção soube bem como sofreu por ter se encontrado isolado em uma ilha e ter ali de se virar para sobreviver.

    Enfim, a postura comum da direita tanto quanto a postura comum da esquerda carecem de vida interior urgentemente, a meu ver, pois só a imagem de mundo hiper-realista que o Cristianismo poder dar, é capaz de curar os males da crença cega no Estado e da crença cega no dinheiro capitalista.

    1) Post Scriptum: Post Scriptum: A melhor imagem para ilustrar a, na minha opinião, única cura para os males do mundo que é o Cristianismo, eis que é uma imagem em pedra branca em alto relevo situada no pórtico da Cúria Metropolitana arquidiocese católico romana de minha cidade (Belém, capital do Pará) em que retrata Nosso Senhor Jesus Cristo bem ao meio, como ponto de equilíbrio de pessoas à direita e à esquerda do Mestre. Ou seja, a idéia da graça poderia muito bem moderar os conflitos dos homens a fim de que eles se não iludam com a sedução propiciada pelo bem-estar mundano vindo do Estado (Esquerda) ou do dinheiro (Direita).

    2) Post Scriptum: Enfim, eu não tenho a menor dúvida que o rei-filósofo idealizado por Platão é o cristão devoto quando assume o poder político.

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    1. Olá João Emiliano,

      Qual a relação que tem os seus tediosos cometários com o assunto em questão? e o que você quer explicar que não consegue?

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    2. Caríssimo irmão Evaldo, como vai?

      Bem, sinto muito pelo tédio sentido por você ao ler minhas muitíssimo mal traçadas linhas. É que não sou nenhum escritor, não sou um William Shakespeare ou um autor dos Canticum Canticorum de Salomão. Também pode parecer chato quando escrevo, pois quem estuda muito Filosofia tende a não fazer perguntas fáceis e nem dar respostas fáceis enquanto as mesmas não inquiram um problema com toda a radicalidade possível até, com a graça de Deus, extrair-lhe o conceito e uma definição universal, cabal e apodítica.

      Quis explicar nos meus comentários deste post de nosso irmão Mário Sérgio, o que entendo por Política e que só o Cristianismo pode compreendê-la e lidar com a mesma seja com asserção, seja com realismo.

      Pediria que o irmão Evaldo visite o meu blog https://joaoemilianoneto.blogspot.com.br e com a benevolência típica de um cristão, como reconhecera certa feita o filósofo Friedrich Nietzsche, leia os meus posts e comente nos mesmos que não são moderados e onde os críticos e os amigos podem fazer uso francamente do chamado apostolado dos palavrões, segundo um grande santo (São Josemaria Escrivá) da Igreja que sou membro, a Santa Igreja Romana.

      Perdoe-me mais uma vez o incômodo e ABRAÇOS!

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    3. Emiliano pelos seus cometários persebe-se que você realmente é muito aprofundado em filosofia, e devido o seu muito conhecimento pessoas leigas como eu ficam boiano antes suas postagem. Quero que o amado entenda que meu comentário anterior não tive a intençao de agrava-lo pessoalmente, apenas queria surgerir que você filtrasse mais o seu entendimento e simplificasse para mim e para uma grande parte dos leitores deste blog que não tem o entedimento que você tem. Talves assim seus comentários seriam mais agradaveis e compreendidos. fForte abraço. vou visitar seu blog

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    4. Caríssimo irmão Evaldo, eu que peço perdão por agravar os irmãos que como o Mário Sérgio ou você foram expostos à minha miserável capacidade em tentar filosofar. Note que minha intenção desde o começo foi a de ampliar o tema da Política para além da notícia histórica da atividade política vitoriosa de Abraham Kuyper,por exemplo. Isso é mania mesmo de estudante de Filosofia, ver e colocar tudo sob uma perspectiva eterna, atemporal, válida para todos os casos e para todas as pessoas, ou seja, sub specie aeternitatis. Algo assim é terrível para quem não está acostumado, mas note meu irmão que sem a Filosofia não há uma compreensão real das coisas, eu pelo menos não conheço nada igual.

      Agradeço desde já a sua visita ao meu blog.


      ABRAÇOS!

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    5. Caro irmão Evaldo, se só pela Filosofia o homem seria capaz de compreender, é por isso que minha palavra-de-ordem e frase de efeito preferida é a exclamação latina que cunhei inspirada nas solas da Reforma Protestante que é, Sola Philosophia!. Pois para mim eis que é evidente que só a Filosofia ensina a compreensão. A razão é soberana, o que só mostra que o homem é mesmo imagem e semelhança de Deus. A dignidade humana é imensurável e incomensurável à indiferenciação e banalidade deste mundo ordinário que jaz no maligno.

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  6. Mário Sérgio, queria fazer para o irmão um pedido e uma pergunta.

    Ei-los!

    1) Indique para mim uma bibliografia de livros, em língua portuguesa, sobre filosofia da História, por favor.

    2) O que você acha da idéia do filósofo húngaro marxista, György Lukacs, de que o Marxismo seria a superação do dualismo sujeito e objeto presente na filosofia ocidental?

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    1. Caríssimo irmão Mário Sérgio,

      Ainda estou aguardando a sua resposta ao pedido e à pergunta que lhe fiz logo acima no comentário. Por favor, ajude-me em minha, com a graça de nosso Deus, busca e amor ao saber (philos sophia).

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    2. Livros em português sobre a filosofia ou teoria da história tem o Marc Bloch, Jaques Le Goff e outros clássicos. Não sei se encaixam dentro do que vc deseja. Agora sobre o Lukascs sinceramente não conheço a obra dele.

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    3. Acho que se encaixam, sim, caríssimo irmão, eis que é um bom começo, apesar de muitos filósofos da História encontrarem-se intoxicados de vulgata marxista. Agradeço-te pelas sugestões.

      E, amigo, quando li no "Dicionário Oxford de Filosofia", de autoria do filósofo inglês, Simon Blackburn, o verbete que falava algo desse supracitado filósofo húngaro marxista, György Lukács, quase outra vez caí pra trás de minha cadeira de estudos aqui em casa, fiquei deveras tentado a voltar a ser comunista, porque se o Comunismo eis que seria a resolução do dilema sujeito e objeto, ou de realismo versus idealismo, então, mesmo que a despeito da, segundo algumas fontes, montanha sem mais tamanho de cadáveres humanos acumulados pelos comunistas no século XX, tal ideologia comunista ainda seria a mais genial e acertada.

      Enfim, é apenas uma especulação, por enquanto não pretendo voltar tão cedo ao meu partido político em que sou filiado, o PDT (Partido Democrático Trabalhista). Kkkkkkkk

      ABRAÇOS!

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  7. Caro irmão Mário Sérgio, se me permite, gostaria de compartilhar com os seus leitores e com você um artigo sobre Política atualmente no Brasil que escrevi, hoje, em meu BLOG. O texto segue abaixo:


    Pobre Política, pobre homem, pobre Brasil...

    Assisti, ontem, ao mais recente vídeo do grande articulista político, um dos melhores e dos mais lúcidos que conheço, o José Nivaldo Gomes Cordeiro (conferir aqui https://www.youtube.com/watch?v=prwh3p6G2dU) sobre a situação política atual no Brasil depois da saída do ministro de Estado do planejamento, Romero Jucá (PMDB), e quase caí pra trás. Porque, parece-me que a visão de Nivaldo acerca do que se passa politicamente com o Brasil e é evidente, espiritualmente, é muito aguda, exata a penetra mesmo no real. Deveras, segundo Nivaldo, o Brasil estaria mergulhando em um Estado policial. O Brasil estar-se-ia tornando uma nação moralista ao extremo, denuncista, porque, diria eu, hipersensibilizada pelo trauma que sofremos desses 13 anos de governança petista quando fomos governados por seres humanos tornados como demônios por causa da ideologia marxista, então, agora, não mais suportamos as pequenas corrupções humanas como a do pessoal do PMDB. Queremos fazer o papel de Jesus Cristo Senhor Nosso no dia do Juízo Final e banirmos o pecado do mundo de uma vez por todas. Eis um problema, meu caro leitor, entrevisto por Nivaldo Cordeiro, e que chocou-me, porque nos tornamos em um povo intolerante com uma intolerância absolutamente irrealista diante da precariedade que sempre foi a pobre arte do possível que é a Política.

    A corrupção petista hipersensibilizou e ao mesmo tempo anestesiou os brasileiros de tal forma que eles paradoxalmente acham que o resto excetuando-se o PT é ainda pior que o PT. É isso que sempre ouço nas ruas, é um discurso radical de vestais. Porra! A Política, coitadinha dela, é a arte do possível, do possível humano, não dá pra fazer muita coisa e se já nos livramos dos piores de todos os piores, se nos livramos dos demônios esquerdopatas que com indulgência e amor genuinamente cristão saibamos suportar apenas seres humanos que não são perfeitos, manejando uma técnica como a Política que não é para anjos.

    Do jeito que está o Brasil atual só posso escrever aqui, pobre Política, pobre homem, pobre Brasil...



    Autor: João Emiliano Martins Neto

    Fonte: https://joaoemilianoneto.blogspot.com.br/2016/05/pobre-politica-pobre-homem-pobre-brasil.html

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